Dicas de Como parar de fumar e largar o vício do cigarro.Nada mais cansativo e irritante para quem fuma do que sermões e dados trágicos sobre o cigarro. Os males todos já sabem, os ricos, as estatísticas... Pulemos, portanto, essa parte e vamos ao que interessa: como abandonar o vício.
Os especialistas avisam: é difícil. Mas garantem que é possível. Heloisa Caiuby Coutinho, psicóloga e diretora da clínica Quit for Life, é especialista em técnicas para o abandono do tabagismo. Ela diz que há pessoas que preferem largar aos poucos, outras são mais radicais e deixam o cigarro de uma vez. “O importante é marcar uma data para parar definitivamente e planejar com cuidado todas as etapas. Parar de fumar não é um acontecimento, é um processo”, afirma Heloisa.
O cardiologista Hélio Castello, diretor da Angiocardio e coordenador do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Bandeirantes, diz que todo tipo de tratamento oferecido para tratar um vício não é 100% eficaz quando utilizado isoladamente. “São vários os fatores que levam ao vício, assim como são várias as armas que devemos utilizar para cessá-lo”. Marcelo Cantarelli, também cardiologista do Bandeirantes e da Angiocardio, sabe que é penoso, mas aconselha a resistir. “Vontade não mata. O hábito de fumar, sim”.
Remédios que podem ajudar
Há 3 tipos de medicamentos: um é a bupropiona (nome do princípio ativo) que era usado, inicialmente, como antidepressivo, mas foi descoberto que reduz o impulso de fumar. “É utilizado como medicamento auxiliar para quem quer parar e aumenta as chances de sucesso. Mas é preciso ministrar com cuidado, pois há várias contra-indicações”, explica Heloisa que alerta para a importância de ter orientação médica para fazer uso dessa droga.
Outro de medicamento é a vareniclina (princípio ativo). Ele age no sistema nervoso, mas Heloisa não é a favor. “Não é usado aqui na clínica e não recomendo, pois é muitíssimo polêmico. Está proibido em vários países, por suspeita de aumentar as possibilidades de suicídio”, opina. O cardiologista Hélio também alerta para os efeitos colaterais e lembra que esse medicamento é controlado e necessita de acompanhamento e receita médica.
Adesivos e gomas de mascarOutras opções são os repositores de nicotina, que, no Brasil, existem em forma de adesivos ou de chicletes. “Em vários países da Europa e nos Estados Unidos há, também, em forma de bala, spray nasal e uma espécie de inalador, parecido com um cigarro, mas que tem só a nicotina”, diz Heloisa.
Ela explica como funciona: “A pessoa larga o cigarro e, durante a fase mais difícil, usa o adesivo. É aplicado na pele e vai liberando, aos poucos, uma quantidade de nicotina”. Isso ajuda a tolerar os sintomas da abstinência.
“Os adesivos têm o inconveniente de continuar oferecendo nicotina ao organismo”, de acordo com Hélio. “ Além disso, pode ocasionar reações alérgicas na pele e ter efeitos colaterais, por isso, devem ser encarados como medicamentos. O uso deve ser restrito e aliado a um tratamento”.
Acompanhamento psicológico
Para Heloisa, o que funciona mesmo é um acompanhamento psicológico. “É importante para que haja a modificação de comportamento. E incentive a mudança para um estilo de vida em que o tabaco não tenha mais lugar. O medicamento e os repositores de nicotina são auxiliares neste processo, mas sozinhos têm um resultado inexpressivo”, destaca a psicóloga.
Além disso, força de vontade, segundo ela, é fundamental. O fumante precisa querer. “Que maravilha se houvesse uma pílula mágica! Eu seria a primeira a recomendar. Aliás, gostaria de tê-la inventado”.
Deixar o cigarro e engordar
Infelizmente, é comum o ganho de peso aos que abandonam o cigarro. “O que ocorre é que o tabaco acelera o metabolismo – cerca de 10% – então, quando a pessoa pára, teria que controlar a alimentação e fazer mais exercícios”, recomenda.
Ela explica que o vício do cigarro, além de físico, é “oral”. “A pessoa fica ansiosa pela falta de cigarro e passa a beliscar o dia todo. Sente mais fome e o sabor da comida fica mais evidente, por isso, come mais, principalmente doces”. A boa notícia é que essa desaceleração do metabolismo se normaliza depois de alguns meses.
Marcelo diz que, se há a necessidade de uma substituição para o vício, que seja a atividade física. “Os exercícios físicos aeróbios – como caminhada, corrida e natação – produzem endorfinas, substâncias neuro-hormonais liberadas no organismo com ação estimulante e prazerosa. Por terem semelhanças químicas com a morfina e seus derivados, elas teriam uma ação ‘viciante’, no bom sentido, fazendo com que a pessoa passe a ter mais vontade de exercitar-se”.
Truques para os horários críticos
Heloisa dá alguns conselhos para enfrentar as horas em que a vontade de fumar é maior:
- Evite café preto durante algum tempo, assim como bebidas alcoólicas. Eles dificultam a disciplina;
- Escove logo os dentes após comer e faça bochecho com um produto bem mentolado;
- Beba muita água, o dia todo;
- Masque gengibre, canela em rama, cravo e bala sem açúcar;
- Mude sua rotina. Saia de perto dos lugares em que você habitualmente fumava, se possível;
- Ligue para alguém que pode te apoiar nessa hora;
- Mini-cenouras, talo de salsão e erva doce ajudam.
Fonte:Ig
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